MOTOProf pelo Douro Vinhateiro 6.6.23

A Distrital de Bragança, em colaboração com o Departamento de Ação Social e Cultural do SPZN, promoveu no dia 17 de junho o tradicional MOTOProf, desta vez pelas estradas do belo e profundo Douro, em mais um dia de saudável convívio entre sócios e amigos, e com a designação Douro 6.6.23.

No ano em que o SPZN comemora os 50 anos, não podemos deixar de lembrar o trabalho abnegado de todos os Profissionais da Educação e as injustiças impostas pela tutela. Tal como o Douro Vinhateiro, cheio de extenuantes socalcos e “escadarias” infindáveis, assim é a vida do professor.

Nesta analogia, a diferença reside na colheita. Enquanto as vinhas do Douro dão fruto, que todos os anos colhemos e transformamos em néctar, o fruto do trabalho dos Professores e Educadores portugueses, de 6 anos, 6 meses e 23 dias, ainda não o podemos colher. Afinal, seis, seis, vinte e três, quando chega a nossa vez? Continuemos a lutar!

Sob as asas do 6.6.23, a Pousada da Juventude, em Alijó, foi o ponto de encontro de todos os participantes. Serpenteando as estradas características do Douro, a primeira paragem foi na zona ribeirinha da vila do Pinhão, sendo esta o centro geográfico da Região Demarcada do Douro.

Depois de um breve repouso, o grupo de professores motoqueiros retomou o caminho, passando junto do extraordinário edifício da Estação de Caminhos de Ferro, construído no final do séc. XIX, cujas paredes são inteiramente revestidas de painéis de azulejos. Atravessando o rio Douro para a margem esquerda, era hora de rolar na famosa e mais bonita estrada do mundo, que liga a vila do Pinhão à cidade do Peso da Régua, a mundialmente famosa Estrada Nacional 222 (EN222).

Numa extensão de 28 Km, os amantes de roadtrips puderam ziguezaguear entre curvas e contracurvas, vinhedos e socalcos. Chegados ao Peso da Régua, foi hora de dar repouso às máquinas e aconchegar o estômago no Restaurante Rodízio RC Douro.

Depois de “bem servidos e de bem comidos”, os participantes rumaram à aldeia de Galafura, passando novamente por entre vinhas e socalcos, na sinuosa estrada que atravessa várias aldeias durienses. Já em Galafura, o percurso continuou em direção a São Leonardo e “à proa dum navio de penedos, a navegar num doce mar de mosto, Capitão no seu posto de comando” para vislumbrar o Douro que corre serpenteando o vale “entre as ondas da eternidade”. É uma incrível e orgulhosa paisagem, descrita num dos famosos poemas de Miguel Torga, que nos suspende a respiração num miradouro a 640 metros de altura e que nos deixa “prolongar os horizontes até onde se extinga a cor da vida”.

Após a fotografia de grupo e para tranquilizar os sentimentos em turbilhão perante tanta beleza, os participantes foram presenteados com um lanche “telúrico” entre “sorvos de cheiro a terra e a rosmaninho”, dando-se, assim, por terminado este dia de aventura e alegre convívio.

Veja aqui o registo em vídeo deste dia: