secretariado@spzn.pt https://www.spzn.pt/uploads/seo/big_1714128161_9668_big_1711985899_8530_spzn_logo_new.png

Última ronda negocial termina com avanços insuficientes


24 Fevereiro 2023

Destaques

Última ronda negocial termina com avanços insuficientes

A FNE esteve hoje presente na reunião que marcou o final das rondas negociais sobre as alterações ao diploma de concursos.

A delegação da FNE foi surpreendida no início deste encontro por alterações ao anteprojeto do Decreto-Lei que estabelece o novo regime de gestão e recrutamento do pessoal docente dos ensinos básico e secundário e de técnicos especializados para formação, alterações essas que se limitaram a acolher um ou outro contributo cuja melhoria não se traduz em algo substancial.

A FNE fez chegar no dia de ontem ao Ministério da Educação (ME) as suas propostas de alteração a este anteprojeto de Decreto-Lei, mas o que se verificou hoje foi que as principais diferenças entre as propostas da federação e da tutela, continuam todas lá, nomeadamente os critérios de graduação profissional para efeitos de graduação dos docentes. Para a FNE, em declarações prestadas pelo seu Vice-Secretário-Geral, Pedro Barreiros, à saída da reunião "há aqui uma evolução do ME criando também a possibilidade que esta vinculação aconteça desde que os docentes tenham 365 dias de serviço nos 2 últimos anos, mas que tenham de ter 120 dias em cada um deles. Esta é uma ligeira evolução, mas não se traduz naquilo que é a nossa reivindicação que seja respeitada a graduação de todos os docentes para que não se corra o risco que docentes mais graduados ficarem impedidos de vincular em detrimento de outros com menos graduação".

Noutras questões como o combate aos professores de casa às costas, Pedro Barreiros reafirmou "que lamentamos que para combater essa lógica se crie uma de professores 'de mochila às costas' e isto foi mais uma vez dito ao ME nesta reunião, porque com a criação destes QZP's, que aparentemente são menores, mas que efetivamente abrangem áreas bastante substanciais em virtude dos docentes terem que concorrer não só para o seu QZP, mas para mais três em algumas situações, o que faz com que a área geográfica tenha uma enorme dimensão",  sendo ainda de referir os casos em que os professores que não têm componente letiva com mínimo de 8h ficam sujeitos a ser colocados em escolas que distem até 30 km e "isso é um retrocesso ao que pretendemos", afirmou.

Mas se esta reunião não ofereceu evoluções nestes pontos que a FNE considera mais críticos, "para o ME esta parece ser uma negociação que se traduz em grandes avanços e ganhos. Acreditamos que o ME vai através da comunicação social tentar passar esta ideia, na linha do que fez no final deste encontro de hoje, elencando 18 medidas que consideram positivas e de aproximação às reivindicações dos sindicatos. O facto é que quando a tutela apresenta um diploma impensável e inaceitável e depois vai-se aproximando de um conjunto de reivindicações dos sindicatos, pode dizer que melhorou, mas nunca poderá dizer que alcançaram aquilo que a FNE, os seus sindicatos e os professores desejam", alertou Pedro Barreiros.

O Vice SG da FNE acrescentou ainda que "o Ministro da Educação falou na questão dos 63 QZP's, de passarmos de um paradigma de 80% de quadros de escola e 20% QZP's para 90% de quadros de escola e 10% de QZP's e falou também do novo modelo de vinculação dinâmica, das 8h para DACL, na primeiro a proposta eram 12h, agora são 8h, mas o que temos em vigor são 6h, não se pode deduzir que houve ganho, bem pelo contrário há um prejuízo".

Ficou ainda explícito que "jamais a FNE poderá concordar com as competências para este novo conselho que o ME pretende criar, havendo alguns pontos que consideramos positivos como no caso da inclusão no diploma de concursos dos colegas da educação tecnológica com a criação de sub-grupos, mas continua a ser uma listagem enorme de aspetos com os quais não concordamos".

Para Pedro Barreiros "tendo em conta que no final da última reunião o Presidente da República afirmou que estava convencido que entre o Carnaval e a Páscoa teríamos espaço para acordos e melhorias, ficámos expectantes até ao fim da reunião de hoje para ver se o Ministro iria referia algo sobre o fim das vagas dos 5º e 7º escalões, sobre a recuperação do tempo de serviço, as ultrapassagens, a mobilidade  por doença, critérios justos de aposentação, tantas matérias pelas quais os professores têm vindo a manifestar o seu descontentamento ao longo destes últimos meses nas ruas, nas escolas, redes sociais e que é muito sentido, mas parece que o ME não percebeu ainda que há um grande desconforto da parte dos docentes e que é importante para além do diploma de concursos, que interessa e muito porque está associado à vida de cada um a nível familiar e profissional, mas há um conjunto enorme de matérias que é muito importante o ME ter disponibilidade para negociar".

E no final da ronda negocial de hoje, essa disponibilidade traduziu-se em três pontos: encontrar formas de combater a burocracia reinante nas escolas; encontrar um mecanismo limitador de acesso ao 5º e 7º escalão à semelhança do que já vai apresentado no passado que era prever que professores com doutoramento pudessem ficar isentos de vagas e por último a consideração da possibilidade de estudar os efeitos diferenciados do congelamento em diferentes fases da carreira tendo presentes questões de progressão, de expectativa, da compatibilidade entre as carreiras especiais e gerais da função pública. E aqui, Pedro Barreiros referiu que "há um fator que tendo estado presente em todas as reuniões e que é a comparação que o ME faz do que é a carreira dos professores que tutela com a restante administração pública. Pena que o ME não compare aquilo que é positivo e se limite a comparar o que pode resultar em prejuízo dos professores".

Por isso "que tenhamos aquilo de bom que os outros também têm" ficando a garantia que "certamente a FNE e os seus sindicatos vão continuar a lutar para que estas reivindicações podem ser alcançadas. A FNE garante que não desiste e sabe que os professores também não".

A FNE e as restantes organizações sindicais vão aguardar o diploma final do Ministério da Educação, que deverá ser enviado até quarta-feira, para decidirem, até quinta-feira, se pedem ou não a negociação suplementar e vão também inquirir os docentes sobre as alterações aos concursos e colocação, mas também sobre as futuras formas de contestação, estando em cima da mesa o recurso a novas greves, incluindo greves distritais ou regionais, ou greves às avaliações do 2.º ciclo.


Notícias Relacionadas

CNN - Comentário de Pedro Barreiros ao Programa de Governo

CNN - Comentário de Pedro Barreiros ao Programa de Governo

CNN | Em declarações à CNN Portugal, Pedro Barreiros, Se...

24 Fevereiro 2023

SPZN celebra 50 anos com conferência que junta os antigos presidentes

SPZN celebra 50 anos com conferência que junta os antigos presidentes

No âmbito das comemorações dos seus 50 anos de existênci...

24 Fevereiro 2023

Apoio aos Sócios - Concursos 2024

Apoio aos Sócios - Concursos 2024

Concursos 2024: de 10 a 16 de abril No Aviso n.º 6468-A/20...

24 Fevereiro 2023

A descida dos salários dos Professores

A descida dos salários dos Professores

Com a discussão centrada na reposição do tempo de serviç...

24 Fevereiro 2023